sábado, 24 de março de 2012

Fetiche

Não sei bem se com pesar
Saudade, ternura ou vaidade
Da última vez em que nos tocamos
Assim, de simplesmente tocar mesmo
Ofereci-lhe um suco
De maracujá ou cajú... 
Ou seria manga? Não lembro.
E ao deixar o copo sobre sua mão...
Servindo-lhe ( o corpo e a alma)
Seu dedo roçou o meu
Não é loucura não
Seu dedo quis roçar o meu
E você não pode evitar
Permitiu-se ao que tanto foge
Eu, rapidamente, removi meu dedo
Para não vacilar e todo o meu corpo
Recobrar a memória
Corri para a cozinha
E anunciei o que acabara de decidir:
Amanhã, vou partir...
Faz dois anos que o dexei
E aquele toque, do seu dedo sobre o meu...
Poderia não ter existido...
Ainda resiste e vive, vive... e os dedos se revivem
Porque ainda lembro...

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