O grande lance
Sentada, à beira da estrada,
Com o entardecer a findar,
A noite já aspira o horizonte
A solidão
Um vento que sopra meu rosto
E eu, à espera,
Do encontro
Do desejo
A deslizar minha pele
Sede
Saudade
E se demora
Meu corpo clama
Em mim vigora
Um olhar solto, aos saltos
Na memória
De um amor
Que outrora
Perdoei por admitir
Amar-me
Tão loucamente
E intrinsecamente
Levou-me ao prazer absoluto
Numa certeza
De que assim
Não se vive mais
O tempo passa
E os passos são tantos
E eu, à beira da estrada
À espera
Do grande lance
De ver você me olhar
Novamente
No meu caminhar
Tão sem você
Do meu gargalhar
Longe do seu humor indecente
Do meu ser independente,
Madura, mulher,
Ternura e dura,
Sensual
No cruzar de pernas
Lance emérito
De nossa malícia sempre anunciada
E fico aqui guardada
Nessa estrada
A esperar, a esperar... |
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