Sabe de uma, não encaro mal essa coisa de Dia das Bruxas. Coisa de americano, mas depois de fazer CCAA, como não adotar a data... Só que o que vem à minha memória são os tempos de criança ao lado dos meus irmãos Jairo e Igor, por ordem de idade. Quando morávamos em Mossoró, no RN, lá entre 80 e 90, éramos viciados em filmes de terror. Alugávamos filmes no Róger Vídeo e sempre saíamos na frente, quando surgia mais um Sexta-Feira 13. E era sempre assim, íamos para o quarto dos meus irmãos, um mega quarto, pintado de azul celeste. Eu ficava em uma rede, no meio das duas camas, de Jairo e de Igor. Aí, era aquela gozação. Mamãe querendo dormir, ameaçando uma surra, e a gente sem conseguir parar de rir. O terror se transformava em uma brincadeira. Meu irmão Igor certa vez teve que deixar a cama dele quase que expulso, porque havia rabeado a cueca, com todos sentindo o 'aroma', e se negava ir ao banheiro. Forçamos a barra com a mamãe e seu incrível cinturão roxo.
E toda vez que surgia na tela, nossa TV de 14, mas sempre animada, o Jason e sua super peixeira, soprávamos alto sustos e arrepios e claro, muita risada ao perceber que o outro se assustou primeiro.
Sempre fomos cristãos, católicos, para alegria de minha tia Béia. Estudávamos no Ginásio Sagrado Coração de Maria. Como aprendi...Saudades. Todo intervalo, era ao som de Padre Zezinho, ou de Fagner e sua majestosa Oração de São Francisco. Linda interpretação. Acho que por isso que aumentava o medo. Mas, não queríamos assimilar aquele jogo sangrento na tela. Por incrível que parece, transformávamos tudo em comédia. E o que valia mesmo eram nossos encontros diante da TV, nosso vídeo cassete mandando ver e nossas risadas, sem deixar mamãe descansar. Como fui feliz em minha infância. Não havia tempo ruim. Até nossos castigos era em trio. Mamãe mandava os três decorarem 10 palavras no dicionário, que não fossem usuais, com significados para depois redigir com grafia correta, claro. Obrigada, mãe.
O Jason teve um papel de animador de nossas noites de sexta, sábado. E quando mamãe saía, quem aguentava a pilhéria era Dona Luíza, porque Maria era durante o dia. Como será que estão? Tenho saudades delas... Duas mulheres tão batalhadoras...
Ah, e comíamos pizza, pipoca. Chamávamos amigos, criávamos situações para enchermos a casa. E que casa... Com quartos enormes, cozinha, e quintal para Jairinho explorar subindo em árvores e no telhado também, tava valendo.
Iguinho tinha espaço para correr da mamãe. Ali dava trabalho... Hoje, um homem, talvez nem lembre. Pós-graduado, sempre foi inteligente. Aliás, os meus dois irmãos. Jairo, muito bom em cálculo. Mamãe não podia dar mole com o contracheque dela. Ele sabia de tudo...
Éramos os três e um só. Até hoje somos assim. Meus irmãos queridos nunca me deixaram. Até nas horas mais difíceis estavam comigo. Agora, mesmo à distância, dividem conquistas e dissabores. Ajudam-me, de alguma forma, com a criação do meu pequeno José. Eu tive a oportunidade de ver meus meninos Pedro e Júlia nascerem e mesmo longe, tenho notícias dos dois(gostaria de vê-los mais)...A última vez que nos encontramos, nós três juntos novamente, foi no casamento de meu primo Flávio(que sempre foi como um irmão pra gente - amo-o muito, e minha tia e o Bernardo, filho do Flávio).
Gente, desviei total. Mas tudo isso foi para celebrar alguns clássicos do terror. Juntos assistimos: Sexta Feira 13( de 1 a 12... contei com Jason x Freddy), Terror em Amityville, A Hora do Pesadelo(todos).8.. E tantos outros trashs e maravilhosos.
Nós éramos loucos na preferência, mas estávamos unidos. Isso realmente importava.
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